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Notas Paralelas

Um espaço para escrever sobre coisas e acontecimentos que me despertam

Notas Paralelas

Um espaço para escrever sobre coisas e acontecimentos que me despertam

25.Fev.18

Os políticos são corruptos, e daí?

A maior parte das pessoas que conheço queixa-se que os políticos são corruptos, o que a avaliar pela quantidade de casos e histórias mal contadas que vemos nas notícias é uma realidade na qual não é difícil de acreditar. Concordo que a classe política e dirigente em Portugal, que todos os dias vemos nas notícias, são uma classe um bocadinho cinzenta e na qual provavelmente não confiaria a chave de minha casa, no entanto, confesso que me é indiferente se são corruptos ou não.

As pessoas dizem que tenho que querer saber, porque é precisamente isso que eles querem, no entanto, mesmo percebendo este argumento, não quero saber, costumo dizer-lhes que se eles são corruptos, quando chegam à noite e encostam a cabeça na almofada e ficam sós com a sua consciência, eles aí são devidamente julgados.

Para mim, desde que essa classe, que aparentemente se dedica a roubar o povo, seja capaz de garantir a minha segurança e a de todas as pessoas de bem e seja capaz de criar um cenário económico em que em troca dos nossos impostos não nos chateiem e criem as condições para empreendermos em liberdade, confesso que não quero saber!

Todavia, compreendo que as pessoas protestem e exijam justiça e, torço para que essa justiça seja realmente levada a cabo, no enatanto, não quero muito saber se é ou não é mas, o meu coração está com aqueles que querem justiça. Se a justiça é feita por juízes corruptos também, aí compreendo a frustração daqueles que depositam a sua esperança na justiça, o que lhes resta? Só o não querer saber!

23.Fev.18

Quando a rotina nos aborrece

A rotina é aborrecida, por definição a palavra aborrecido vem sempre colada à palavra rotina. Quando estamos envolvidos durante muito tempo com uma rotina, o mesmo é dizer que andamos aborrecidos, as coisas só são interessantes até se tornarem rotina, quando se tornam rotina, tornam-se aborrecidas por definição. Quebrar a rotina é importante para quebrar o aborrecimento, para nos injetar nova energia e assim suportarmos melhor a rotina, ou seja o aborrecimento. Mas, tal não resulta porque uma pedrada no charco, ou seja uma festa no fim de semana com os amigos, logo será absorvida pela rotina e logo voltaremos ao aborrecimento diário até o cortarmos novamente com um acontecimento esporádico que nos anima durante um dia até voltarmos à rotina.

Por isso, é importante não cair na rotina, porque se cairmos estamos condenados a uma vida aborrecida e a super valorizarmos os eventos e pessoas que esporadicamente nos permitem fugir a ela, é a rotina que nos faz estar agarrados ao facebook à espera que algo de extraordinário aconteça mas, esse algo de extraordinário não acontece e o facebook vira rotina, tornando-se aborrecido. Um paradoxo é a introdução de novas rotinas para quebrar as rotinas, como se estas nos viessem salvar da velha rotina, todavia, brevemente estas novas rotinas serão as velhas rotinas e voltaremos à vida aborrecida. Resta-nos a hipótese de não cairmos na rotina e vivermos todos os dias diferentes do anterior mas, tal não é possível porque para vivermos é necessária alguma ordem e cumprir horários, como ir para as aulas, para o trabalho e, tal é uma rotina.

Então, o que nos poderá salvar da rotina e de uma vida aborrecida? É uma boa pergunta, há rotinas às quais não  podemos fugir, como a hora em que acordamos, as horas que passamos no trabalho e outras coisas a que não podemos fugir. Pessoalmente a coisa que me permite fugir ao aborrecimento é o estar sempre a aprender coisas novas, conceitos novos, quer sejam técnicos, artísticos, despotivos, etc. Gosto de aprender a tocar um novo instrumento, ler um livro, aprender a trabalhar com um novo software que vai melhorar a minha vida no trabalho ou, praticar um novo desporto, ter uma aula de surf ou ir a um concerto, são coisas que me permitem quebrar a rotina constantemente e, se não podemos ir todos os dias experimentar uma aula de um novo desporto, podemos ler um livro ou ouvir uma música nova todos os dias. O importante é que apesar da rotina tenhamos desenvolvidos interesses que nos façam fechar os olhos e sentir um bem estar connosco próprios, eu, por exemplo ontem à noite ao terminar um livro de que gostei muito, dei comigo a abraça-lo com um sorriso tonto na cara e os olhos fechados durante alguns segundos. Penso que são estas experiências em que desafiamos o nosso intelectuo e o nosso corpo que nos permitem fugir às amarras da rotina e de uma vida aborrecida.

 

20.Fev.18

Porque é impossível sermos nós próprios

Quantas vezes recebemos aquele conselho, "sê tu próprio e tudo vai correr bem"? O mais incrível sobre este conselho é que ele até pode ser verdadeiro mas, geralmente quem o dá não faz a mínima ideia do que está a dizer e nós não fazemos a mínima ideia do que a pessoa quer dizer. Afinal o que é isso de sermos nós próprios? Eu sou eu, parece-me evidente! 

Entendo por sermos nós próprios agirmos de acordo com a nossa consciência sem nos preocuparmos com o que os outros pensam sobre nós, sermos independentes da opinião alheia na nossa ação. Dizem-nos que temos que ignorar os outros e seguir o nosso caminho para termos sucesso ou para sermos felizes, algo com que concordo, evidentemente. Mas, é possível sermos verdadeiramente nós, quando a nossa personalidade e o nosso carácter é moldado ao longo dos anos pelos filmes que vemos, livros que lemos, músicas que ouvimos, conversas que temos, viagens que fazemos, fotografias que tiramos, etc? Será que esse nós próprios que nos pedem para sermos para conseguirmos o que queremos ainda existe, já não terá sido totalmente diluído durante a nossa experiência de vida? Ou, será que o que nós somos é o que nos faz ver os filmes que vemos, as músicas que ouvimos, os livros que lemos, as viagens que fazemos, etc?

Acredito que as experiências por que passamos ao longo da vida moldam o que nós somos e que o que nós somos também procura as experiências com que se identifica. Há uma dinâmica entre dentro e fora, ou seja, há experiências que procuramos porque há uma necessidade interior de a realizar, é quando o que nós somos busca a experiência, por outro lado, há experiências que nos aparecem no caminho, que nos são impostas pela vida, são as experiências que vêm de fora e que influenciam o nosso interior, ou seja o como nós somos.

Talvez apenas sejamos nós próprios enquanto estamos dentro da barriga da mãe e, mesmo aí não sabemos se ainda somos nós próprios porque as experiências que a mãe vive podem condicionar o que nós viremos a ser, coisas como a alimentação, o local onde nascemos ou o estrato social dos pais irão ter grande influência no que seremos.

Por tudo isto, quando oiço alguém dizer, sê tu próprio, fico em pânico, mas, afinal quem sou eu? Alguma vez eu fui eu? Porque a coisa mais básica em mim, que devem ser os meus genes, não são meus, foram-me transmitidos pelos meus progenitores e, isso é deles, logo já não posso ser só eu.

Afinal, o que é sermos nós próprios? Será uma acumulação disto tudo? Mas, se for eu já não sou eu, sou tudo o que vivi!

 

16.Fev.18

O que sentimos quando vemos uma mulher atraente

Há algo que sempre me fascinou - o efeito que uma mulher atraente provoca em mim quando a vejo. Não há nada que chame mais a atenção de um homem do que uma mulher atraente, seja onde formos, a coisa mais bonita que vamos ver será uma mulher, seja quando vamos ao cinema, a um jogo de futebol, a um museu, seja onde for. Sempre desviaremos o olhar de um quadro de Picasso para olharmos uma mulher atraente. A única coisa que rivaliza com ela será um carro mas, mesmo assim a beleza da mulher ganha.

Por vezes as mulheres, especialmente as atraentes sentem-se incomodadas por olharmos para elas mas, não há muito que possamos fazer, é mais forte do que nós. Estamos programados para ceder à beleza e, uma mulher atraente sempre terá poder sobre um homem. Uma mulher atraente pode dar-se ao luxo de rejeitar 99% dos interessados, pelo menos até certa idade, quando a beleza começa a decair e, o valor da mulher a cair, sendo esta substituída por exemplares mais novos. Desculpem a crueza, mas é a verdade, nós homens sabemos isso e usámo-lo a nosso favor. Todos nós tivemos aquela miúda linda que não quis saber de nós e que passados 10 anos não tem a mínima hipótese connosco.

Quando vemos uma mulher atraente, o nosso sangue começa a circular mais depressa, sentimos uma pressão no nosso fluxo sanguínio e umas pontadas de prazer na cabeça. É uma sensação boa e que nos domina. Logo regressamos a nós e rejeitamos o poder que a mulher exerce sobre nós, para nos concentrarmos no que estamos a fazer ou, se o ambiente for o ideal, desenvolvermos uma estratégia para a abordar. Ai a abordagem, esse bicho de sete cabeças, que sempre está entre nós e essa mulher que mexe connosco. Sou da opinião de que devemos abordar uma mulher de quem gostamos se o ambiente for favorável e se tivermos trocado alguns olhares, se correr mal, paciência mas, a minha experiência diz-me que quase sempre corre bem. Acredito que quando sentimos atração por uma mulher ela também deve sentir por nós, porque, por definição atração implica dois polos, se um sente atração por outro, acredito que o outro também o sinta, excepção talvez para as pessoas carentes, mas essas não sentem atração, sentem apenas necessidade de atração.

As mulheres gostam de se sentir atraentes e a nós compete-nos apreciar a beleza delas e, se o nosso desejo for genuino, abordá-las e usufruir dessa beleza da melhor forma que conseguirmos porque elas sempre definem os limites, a nós compete-nos ter a capacidade de conseguir que elas expandam esses limites.

11.Fev.18

A forma da água

 Estamos em plena época de filmes para os óscares. Há muitos filmes bons em cartaz e quem ganha somos nós, os espectadores de cinema. Tive a oportunidade de ver vários dos filmes que estão nomeados para os óscares e já escolhi o meu favorito, a forma da água.

O the post, é grande filme, bem realizado, com grandes actores, um grande argumento e uma fotografia impressionante, no entanto, há algo que não me cativou. Não sei bem o quê, penso que o filme é um pouco inconsistente e endeusa o comportamento dos jornalistas, como se estes tivessem sempre um comportamento ético irrepreensível, talvez até seja assim, no entanto quem está sujeito a pressões ético-morais tão intensas, tem certamente uma pressão interior muito maior do que aquela que o filme mostra, este é ponto fulcral onde o filme não me convenceu. O filme a hora mais negra sobre o desempenho de Churchill durante a segunda guerra mundial é também um grande filme, o desempenho do actor principal é impressionante, mas a história em sí não é fascinante. Um filme de que gostei muito foi o jogo da alta roda, a história é fascinante e o desempenho de Jessica Chastain é impressionante, é uma grande actriz, das melhores.

Apesar de todos estes grandes filmes, o filme a forma da água foi o de que mais gostei. Uma história diferente sobre uma história de amizade e amor entre um montro e uma rapariga sonhadora um pouco deslocada e reprimida pela sociedade. O filme passa-se num laboratório militar de segurança máxima nos EUA nos anos 60. Todos os cenários do filme são espectaculares, principalmente o Cadilac conduzido pelo vilão da história e as músicas que vão ilustrando os acontecimentos. O filme relata a história entre uma empregada de limpeza do laboratório e um monstro trazido da América do Sul para ser investigado. Durante o filme a empregada de limpeza vai-se aproximando do monstro e ambos vão desenvolvendo uma amizade apesar de não comunicarem por palavras, apenas por emoções. As chefias do laboratório decidem matar o monstro para o estudarem e a empregada de limpeza decide salvá-lo, retirando-o do laboratório, o que consegue com a ajuda de alguns cumplices. Leva-o para casa e aí ele fica alguns dias, desenvolvendo-se entre eles uma estranha história de amor. Ao fim de alguns dias ela liberta-o num canal, aproveitando as chuvas que vieram, e aí acontece uma cena definidora de toda a história, que não vou revelar para não estragar o filme a quem ainda não o viu.

Esta altura dos óscares é sempre muito interessante porque o tempo é frio e convida a ir mais ao cinema e, os cinemas estão com muitos filmes em cartaz interessantes. Sem dúvida que a última semana de Janeiro e as duas primeiras semanas de Fevereiro podem ser assinaladas no calendário como as semanas do cinéfilismo.

10.Fev.18

Porque gostamos de escrever?

Há pessoas que gostam de escrever e escrevem, há pessoas que gostam de escrever e não escrevem, há pessoas que não gostam de escrever e escrevem e há pessoas que não gostam de escrever e não escrevem. Todas estas pessoas são diferentes, a pessoa que gosta de escrever e escreve provavelmente sentir-se-á uma pessoa realizada e produtiva, a pessoa que gosta de escrever e não escreve provavelmente será preguiçosa e fica sempre àquem do seu potencial, a pessoa que não gosta de escrever mas escreve deverá ser uma pessoa esforçada que luta muito e que lá vai com alguma dificuldade atingindo os seus objectivos e, a pessoa que não gosta de escrever e não escreve, o que haverá para dizer sobre esta pessoa? Nada, evidentemente.

Gostamos de escrever porque tal é produtivo e faz-nos estar em contacto com nós próprios, não há como fugir a nós, as palavras saiem-nos pelas mãos mas são geradas na cabeça, naquela parte frontal que vai sentindo um ligeiro êxtase enquanto vamos escrevendo. Sentir-se produtivo é essencial à felicidade de um ser humano e, escrever proporciona-nos esse sensação.

Quando temos um blog, não sabemos quem vai ler os nossos textos, aliás não sabemos se alguém os vai lêr, mas isso pouco importa, porque o que realmente interessa é a possibilidade de expressão das próprias ideias e de as disponibilizar a quem as queira lêr. Escrever deve ser um prazer e devemos fazê-lo porque é um acto esencial para o nosso desenvolvimento como seres humanos, pois escrever faz-nos explorar o nosso mundo interior e faz-nos ser produtivos, dois factores essenciais à felicidade e ao bom desenvolvimento da personalidade.

Há pessoas que escrevem para influenciar, outras para se expressarem, outras por obrigação e outras apenas por prazer, sja qual for a razão o importante é que o façamos com paixão e com fogo nas pontas dos dedos. É uma das melhores sensações que há.

Espero que tenha sido uma boa leitura este post assim como o foi escrever.

09.Fev.18

De onde vem a inteligência?

Muitas vezes pergunto-me, de onde virá a inteligência? Será que vem de algum lugar dentro do nosso cérebro ou de fora dele? São perguntas que me atormentam e para as quais não consigo encontrar uma resposta que me satisfaça.

Se por um lado faz sentido que haja uma zona do nosso cérebro que armazene a inteligência e que a ponha à nossa disposição quando a solicitamos, por outro lado a inteligência acumulada numa pessoa é tanta que não poderia ser toda armazenada dentro de um cérebro humano. 

Outra hipótese que por vezes me ocorre é a inteligência, estar alojada fora do cérebro, algures numa dimensão paralela que comunica com o nosso cérebro numa qualquer frequência, transformando-o numa espécie de antena que recebe sinal dessa dimensão paralela. Se assim for, cada cérebro tem uma frequência diferente para poder captar a sua inteligência dessa dimensão paralela, se assim não fosse, viriam à nossa mente conhecimentos e ideias de outras pessoas que provavelmente não conseguiríamos compreender. Outra possibilidade poderá ser todos os cérebros comunicarem para a dimensão paralela na mesma frequência e, neste caso, haveria uma dimensão paralela por cada cérebro humano, explicando em parte porque é que cada pessoa tem um imaginário diferente de outra.

sao questões que não sei explicar, provavelmente ninguém saberá. Se tivesse que escolher uma hipótese, inclinaria-me para a existência de uma dimensão paralela por cada cérebro humano que comunica com este. 

06.Fev.18

Porque não resistimos a uma boa história?

É facto, não consigo resistir a uma boa história. Nunca sei se é história os estórias, só me apercebi da palavra estórias já andava na faculdade e até aí sempre me referi às estórias como histórias, daí continuar a chamar-lhe histórias. Também não tenho a certeza se a palavra existe em português, por vezes tenho a sensação de se tratar apenas de uma tradução literal da palavra inglesa stories. Incrível como a língua inglesa sempre tão parca em palavras, neste caso tem uma distinção efectiva entre History e Story, ao contrário do que acontece em quase todas as outras definições onde a língua portuguesa é mais rica e a inglesa mais espartana.

Não há nada como uma boa história, por ela ficamos horas agarrados a um livro, por ela chegamos atrasados a um encontro, por ela podemos até nem sair de casa num sábado à noite. Uma boa história transporta-nos para uma realidade que não é a nossa, faz-nos sentir coisas que outras personagens sentem, é por isso que vamos todas as semanas ao cinema, para vivermos a realidade de outros, daquelas personagens fictícias, é por isso que não conseguímos largar um livro que nos conta uma boa história, sendo que no caso dos livros a obssessão pela história é ainda mais pronunciada porque nos vamos identificando com as personagens ao longo da história e imaginando os comportamentos e cenários em função das nossas referências. Um livro tem a vantagem de ao nos contar uma história nos contar a nossa própria história porque é a nós próprios que nos vamos vendo ao longo da história enquanto que um filme nos conta como outros viram a história.

Estou ansioso por chegar a casa e retomar o livro que comecei ontem à noite e que já vou na página 120! Precisámos de histórias para ouvir e para contar, afinal quem são as pessoas mais interessantes? Precisamente aquelas que contam as melhores histórias.

A história deste post está contada, é uma história sobre histórias sem história!